domingo, março 01, 2009

devaneios




sentei-me na rocha

da falésia junto ao mar.

a manhã era de mitos

na grande solidão

não sabia se o mundo me pertencia.

senti-me inacabada

dentro de um dia tão frágil.

a música de fundo

vinha da minha solidão…

a correr passaram as horas de ninguém.

na noite a claridade era intensa,

vi-me dançar

sobre o brilho de um olhar.

movi o sonho, escutei o mar

nas curvas do caminho.

implacável a imagem,

permanecia no meu espaço

tecida de espuma inóspita.

intacta e indistinta

recolhi ao ímpeto do êxtase




helena maltez




26 comentários:

Paula Raposo disse...

Gostei de te ler como sempre. Curioso que aora que eu saio, tu reapareces..é a vida...beijos para ti.

Paula Raposo disse...

'Agora'. Rectifico porque estas teclas são mesmo estranhas. Tudo de bom...

Amaral disse...

Como de um gesto simples que é o sentar numa rocha... se pode captar o ímpeto do êxtase!...
A magia do mar origina a doce sensação do brilho de um olhar, do sonho, do murmúrio, duma dança nas curvas da noite...
Um devaneio que encanta...

Sandra Daniela disse...

...Momentos tão simples, como sentarmo-nos num rochedo e deixarmo-nos "levar", podem tornar-se em bela poesia...

Lindo! Adorei!

:-)

Maria Clarinda disse...

(...)dentro de um dia tão frágil.


a música de fundo

vinha da minha solidão…


a correr passaram as horas de ninguém.


na noite a claridade era intensa,

vi-me dançar

sobre o brilho de um olhar.


movi o sonho, escutei o mar



Lindo o teu poema...e, obrigada por seres especial.
Jinhos

Unknown disse...

A solidão tem mesmo música de fundo...
Belíssimo Helena!

Beijinhos

Uma estrela errante disse...

Olá menina,

Belo momento...o mar sempre uma fonte de inspiração...

Jinhos

Isa

lino disse...

Lindo poema.

O Profeta disse...

És madeira verde
Ou apenas mulher perdida
Testemunha de berço feito de penas
Arca perdida da dor contida

Tudo isto é universo
Em límpida poça de água
Onde as conchas têm a forma de coração
Onde o sal afasta a mágoa

A ti que és minha amiga especial
convido-te a partilhar comigo o “sítio das conchas azuis”




Beijo azul

Elvira Carvalho disse...

Lindo Lena. O mar como musa inspiradora sempre dá belos poemas. Basta que quem o observa, tenha sensibilidade.
Um abraço e bom fim de semana

Pena disse...

A minha Doce Amiga é uma verdadeira e majestosa manhã de mitpos fantásticos e fabulosos. Perfeitos. Feitos e concebidos com uma maravilhosa sensibilidade de enaltecer. Soberbos versos numa pessoa fascinante de pureza e imensa beleza.
"..a manhã era de mitos
na grande solidão
não sabia se o mundo me pertencia.
senti-me inacabada
dentro de um dia tão frágil.
a música de fundo
vinha da minha solidão…
a correr passaram as horas de ninguém.
na noite a claridade era intensa,
vi-me dançar
sobre o brilho de um olhar...".

Lindo. Profundo. Admirável.
Beijinhos amigos com imenso respeito e estima
É maravilhosa pela terna e simpática presença da pessoa fabulosa e doce por onde passa...
OBRIGADO pela sua amizade que prezo imenso em mim e no que sou...
Sempre a considerá-la

pena

Fragmentos Betty Martins disse...

.______querida Lena




que saudade_____...





sempre a tua poesia_____palavras do.[s].sentir[es].dos




FELIZ DIA DA MULHER





.e






TODOS OS DIAS






beijO____ternO

Elvira Carvalho disse...

Para si neste dia especial
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Com um abraço

Pedro S. Martins disse...

Sentado intensamente.

Graça Pires disse...

Lena, é bonito este teu devaneio. Um pouco triste é certo, mas muito belo. "a música de fundo
vinha da minha solidão…". Gostei.
Obrigada pelas tuas carinhosas palavras. Também eu ando um pouco sem tempo. Já resolvi espaçar as postagens para uma vez por semana...
Um grande beijo minha Amiga.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

todos temos devaneios, este devaneio está bonito,embora denote um certo desalento.

beij

Sineiro disse...

" A correr passaram as horas de ninguém..."

Ninguém é dono do tempo, Lena, desse implacável e imortal companheiro da nossa curta estrada.

Belíssimo poema, como é natural ler aqui!
Um abraço profundo.
Jorge P.G.

vida de vidro disse...

Um devanear entre belas palavras. Melancólicas. Mas não nos sentimos assim, tantas vezes? **

Nilson Barcelli disse...

Belíssimo poema cara amiga.
Já não te lia há algum tempo, mas continuas imparável.
Resto de semana bom para ti.
Beijo.

Parapeito disse...

...Imagino te sentada na tua praia :))

Vai amanha ver de novo o mar :)

Um abraço*

poetaeusou . . . disse...

*
belo poema
com sabor a maresia
no marejar das marés
parabéns,
,
conchinhas
,
*

mundo azul disse...

_________________________________

Lena, que bonito poema!


Beijos de luz e o meu carinho...


___________________________________

Luis Eme disse...

que bom ler-te, rente ao mar...

bjs Lena

Peter Pan disse...

Perfeita e Doce Amiga:
Um sensível Post, feito com uma pureza linda e fabulosa.
Parece mágica a sua sensibilidade maravilhosa.
Sabe, estou sozinho no Cantinho da Terra do Nunca. Houve uma transformação no essencial nas pessoas e no seu visual. Tenho uma pena do Peter Pan...coitado...
"Mexeram" com pessoas dedicadas. Com a interioridade do seu Mundo. Com a imensa dignidade e entrega responsáveis de sempre.
Todos os dias da semana que entro naquela sala, vejo rostos tristes, gastos, cansados, onde outrora, habitava a alegria. E, era tanta!
Todos os dias vejo apreensão, mesmo tristeza, onde, outrora, morava o encanto e a felicidade.

Sim! Refiro-me ao controverso Novo Sistema de Avaliação de Professores!
Olhem, isto mexe também com as famílias destes. Com a sua interioridade.
Beijinhos pelo seu terno e delicioso sentir enternecedor. Majistral! Que encanta, delicia e maravilha.
Com respeito gigante

p.p.

Unknown disse...

Ola Lena, esta tua cabana feita de poemas é sinal que quando queremos tudo conseguimos.

Bjs e bom fim de semana

magda disse...

Muito bom. :)

Bjs.

Boa noite.

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...